A pobreza global em Cabo Verde situou-se em 20,2 por cento (%) no II trimestre de 2023 e a pobreza extrema em 9,4%, conforme estimativas da pobreza apresentadas hoje pelo INE, com base nos dados do IV IDRF.
Os dados foram partilhados em conferência de imprensa para apresentar as estimativas da pobreza do I e II trimestres do Inquérito às Despesas e Receitas Famílias (IV IDRF), cuja recolha dos dados decorre desde Dezembro de 2022 e prolonga-se até Dezembro de 2023.
As estatísticas mostram que houve uma redução da pobreza do primeiro para o segundo trimestre, tendo a pobreza global passado dos 22,2% para 20,2%, uma quebra de dois pontos percentuais, enquanto que na pobreza extrema a taxa passou dos 11,8 para 9,4%, uma redução de 2,4 pontos percentuais.
As estimativas apontam também que a pobreza, tanto a global como a extrema é mais acentuada no meio rural do que no meio urbano, tendo igualmente registado reduções significativas. Um dado particular a realçar é que no II trimestre a pobreza global foi inferior em 1,6% no meio rural do que no meio urbano.
No I trimestre Boa Vista com 47,3%, seguida da Brava com 44,5%, São Nicolau com 29,3% % e Maio com 25% foram as ilhas com maiores percentagens de pessoas em situação de pobreza.
Já no II trimestre a lista passou a ser liderada pela ilha do Maio com 38,8%, seguido da Brava com 36,4%, Boa Vista e São Nicolau com 28,6% Fogo com 27,9% da população a viver no limiar da pobreza.
No que se refere à pobreza extrema, no I trimestre a lista era liderada por Boa Vista com 27,9% da sua população a viver no limiar da pobreza extrema, seguida de Brava, com 16,8%, São Nicolau com 16,2%, Fogo e São Vicente com 16,6 e 16,2% respectivamente.
No II trimestre houve uma redução significativa da pobreza extrema em todas as ilhas, com realce para as Boa Vista cuja taxa caiu dos 27,9% para 6,3% e São Vicente dos 13,7% para 4,5%.
Segundo a coordenadora técnica do IV IDRF, Teresa Moniz, as estimativas hoje apresentadas foram determinadas com base nos limiares do IDRF de 2015, estipulados em 46.699 escudos no meio rural e 49.205 escudos para o limiar da pobreza extrema e 95.461 escudos para o meio urbano e 81.710 escudos para o meio rural para o limiar da pobreza global.
O vice-presidente do INE, Fernando Rocha, por seu lado, explicou que a manutenção do limiar absoluto do IDRF de 2015 se deveu a uma recomendação do Banco Mundial, que assessora tecnicamente o Instituto Cabo-verdiano na realização desta operação.
Fernando Rocha realça que as estimativas hoje apresentadas não são resultados preliminares do IV IDRF, que serão divulgados no ano de 2024. Por outro lado, esclarece também que os dados hoje apresentados também não são comparáveis aos dados do último inquérito, cuja taxa da pobreza global era acima dos 30%.
O IV Inquérito às Despesas e Receitas Familiares (IV IDRF) é uma operação estatística cujo principal objetivo é conhecer o nível e a estrutura das despesas de consumo e do rendimento.
Abrange uma amostra de 7.637 Alojamentos Familiares, dos 1 963 alojamentos familiares foram abrangidos no primeiro trimestre e 1 879 alojamentos familiares com uma taxa de resposta acima dos 94%.
Por: Inforpress