A polícia cabo-verdiana realizou mais de 192 mil intervenções no ano passado, avançou ontem no parlamento o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, que deu conta de redução de ocorrências em cinco ilhas no primeiro semestre.

Ao intervir no debate sobre o estado da Nação, na Assembleia Nacional, o ministro da Administração Interna disse que entre as intervenções estão apreensões, detenções, patrulha, visitas a escolas e estabelecimentos comerciais e palestras.

O governante deu conta ainda de redução de ocorrência nas ilhas do Sal, em São Nicolau, na Boa Vista, no Maio e em Santiago, sendo 9% na cidade da Praia, particularmente crimes contra o património, tendo registado sete homicídios, contra nove no mesmo período do ano passado.

Para o ministro, a tendência é “positiva” e são sinais que “encorajam” a continuar a recuperação da trajetória de redução das ocorrências criminais no país.

A intervenção do ministro suscitou reação do deputado do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) Démis Lobo Almeida, que citou estudos de opinião segundo os quais quase metade dos cabo-verdianos consideram que o crime e a insegurança são os maiores problemas do país.

Para o deputado, o ministro da Administração Interna continua a negar uma “situação evidente”, com especial incidência na cidade da Praia e agora também no Mindelo, na ilha de São Vicente.

Démis Almeida disse que Paulo Rocha não consegue controlar a situação da criminalidade e considerou ser uma “falácia” afirmar que o pico de ocorrências criminais foi em 2015, altura ainda em que o PAICV estava no poder governamental.

O deputado referiu que o pico da criminalidade foi em 2016-2017, já na governação do Movimento para a Democracia (MpD), com mais de 28 mil processos-crime, para dizer que o Governo está a falhar “clamorosamente” no setor da segurança.

O ministro voltou a insistir que o pico da criminalidade no país foi em 2015, com mais de 29 mil processos-crime registados no Ministério Público e mais de 25 mil ocorrências na Polícia Nacional, enquanto em 2017/18 houve cerca de 24 mil processos-crimes.

Na sua intervenção na abertura do debate, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, disse que a segurança pública continua a merecer “a devida prioridade” do Governo, que vai “continuar a investir na prevenção, na persuasão e na ação judicial”.

Por: Lusa