A Direção da Polícia Nacional (PN) explicou ontem em comunicado, que a punição aos agentes policiais se deve ao facto de organizarem “manifestações públicas ilegais” sem comunicação prévia às câmaras municipais e à PN, como exige a lei em vigor no país.
“Incentivaram os participantes a ocuparem as vias públicas ilegalmente, criando perturbações e impedindo ou dificultando a livre circulação de pessoas e veículos”, lê-se no comunicado a que a Inforpress teve acesso.
Segundo a nota, os policiais castigados “instigaram o desrespeito à requisição civil e à desobediência pública” e “violaram o artigo 15º da lei de reunião e manifestações, que proíbe o porte de armas durante as manifestações”.
O documento da Polícia Nacional diz que os policiais manifestantes “não fizeram a recolha prévia” das suas armas e, muito menos, procederam ao seu depósito junto das entidades competentes.
“Dirigiram insultos aos colegas de profissão, pessoal policial da PN, chamando-lhes de “camalhão e bajuladores de chefes”, junto à sede do Comando Regional de Santiago Sul e Maio e à sede do Comando da Policia Marítima”, acrescenta o comunicado.
Ainda de acordo com o documento, os manifestantes dirigiram-se às instalações da RTC (Rádio Televisão Cabo-verdiana), “proferindo insultos aos seus profissionais e colaboradores”, com “palavras ofensivas, tais como: “abaixo jornalistas corruptos”, “RTC é um lixo”, “RTC é manipulado” e “Televisão de merda”.
O comunicado sublinha que o presidente do Sinapol (Sindicato Nacional da Polícia) é oficial da PN, “o mais graduado de entre todos os manifestantes, sabia que tal conduta é contrária à lei e aos regulamentos internos da Polícia Nacional”.
“Os policiais não estão acima da lei”, conclui o comunicado, acrescentando que durante as manifestações os agentes “invadiram” a rua que dá acesso à Presidência da República, “formando tumultuo junto à entrada daquele órgão de soberania e posicionando-se a menos de dois metros do militar/sentinela armado”.
Por: Inforpress