Presidente da República elogiou o crescimento positivo da economia e do emprego no país

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O Presidente da República elogiou hoje o crescimento positivo da economia e do emprego no país, mas lembrou que o percurso, motivo de orgulho do povo cabo-verdiano, não pode ser “beliscado” de forma nenhuma.

Jorge Carlos Fonseca fez essa apreciação, no parlamento, na sessão solene comemorativa do Dia da Liberdade e da Democracia, que se assinala a 13 de Janeiro como facto histórico pelas primeiras eleições multipartidárias realizadas em Cabo Verde em 1991.

“Os dados mais recentes dão conta de uma evolução positiva da economia e do emprego no nosso país. Um crescimento a aproximar-se de 7% no terceiro trimestre de 2019 é deveras significativo; vir acompanhado de uma redução do desemprego reforça o carácter positivo dessa evolução, sobretudo quando comparamos estes desenvolvimentos com a situação prevalecente até 2016, tendo em consideração o facto de este nível ter sido atingido num contexto de três anos seguidos de seca”, disse.

Apesar disso, alertou ser cedo para que o país se regozije quanto aos efeitos, visto que o nível de crescimento atingido ainda é “insuficiente”, tendo avançado no seu discurso que para atingir altos patamares de desenvolvimento económico e social, o país necessitaria de duas ou três décadas de crescimento económico da ordem de dois dígitos (10% ou mais).

Segundo Jorge Carlos Fonseca, ainda que um crescimento de 7% ao ano seja uma performance apreciável e “importante”, é necessário que esse nível de crescimento seja sustentado durante uma série seguida de anos para que o país possa acumular riqueza suficiente para poder desenvolver.

“Se estamos a andar bem, caminhos largos deverão ser ainda encetados. Até porque, e esta é a segunda razão, os pontos fracos da nossa economia ainda não desapareceram e podem contribuir para a reversão dos bons resultados actuais”, advertiu, acrescentando que Cabo Verde continua muito dependente de fluxos e iniciativa externa para o crescimento da economia.

O turismo, segundo referiu, é o principal sector da economia, ainda tem uma componente externa, em termos de investimento e de produto, demasiado elevada, e consequente escassa participação nacional.

A integração do mercado nacional, sublinhou, continua insuficiente limitados os efeitos benéficos do crescimento global e com tendência a alargar-se o fosso entre as ilhas, enquanto que a qualificação dos recursos humanos está “bem longe” do desejável e de atingir o nível de sofisticação tecnológica no sector da economia para que esta possa ser competitiva no mercado internacional.

Mesmo reconhecendo os ganhos no sector turístico, recomenda o equacionamento, a longo prazo, de algumas anomalias para que se possam tomar decisões correctas aqui e agora, para que se coloque ao nível internacional no plano tecnológico e ganhar maior autonomia relativamente aos fluxos externos garantindo assim a estabilidade do desenvolvimento.

“Há 45 anos que todos nós afirmamos que os recursos humanos são o principal factor de desenvolvimento económico do país. Não dizemos mais do que a verdade pura e simples. O que fizemos nestes 45 anos são disso a prova concludente. Mas o mundo não para e torna-se cada vez mais complexo e exigente”, lembrou no seu discurso.

Para o Presidente da República, os progressos tecnológicos que mudaram o mundo, devem ser levados em consideração para que o país possa ser competitivo, formar e preparar os jovens inovadores e empreendedores nas áreas tecnológicas, permitindo assim a diversificação do sector de serviços e a diversificação da economia.

Repensar e reformular o sistema educativo, à luz das necessidades reais de desenvolvimento da economia nacional, em particular do sector de serviços, sem descurar o importante lado humanístico da formação dos recursos humanos, são também outros dos desígnios do Chefe de Estado para esta Nação.

Sem descurar da essência da data, Jorge Carlos Fonseca defendeu que celebrar a Liberdade e a Democracia significa exprimir a grande satisfação de se poder viver num sistema e num regime político onde a emanação é a essência da vida.

A par isso, questionou sobre “como estamos e onde nos encontramos”, sustentado por outro lado, que não existem limitações à liberdade de ir e vir e que a expressão do pensamento não conhece barreiras que não sejam as que visam proteger interesses legítimos de terceiros.

“Se a liberdade é, inegavelmente, o bem primordial para a afirmação da dignidade da pessoa e para o desenvolvimento da sua personalidade, as condições que asseguram a existência de ambas têm um valor inestimável, incluindo a existência, em todo o território nacional, de níveis de insegurança reduzidos ao mínimo”, acrescentou.

Para concluir lembrou que o papel do Governo no diálogo com os parceiros sociais é de suma importância, não apenas para os convencer da razoabilidade de suas opções mas também para conhecer as suas propostas e expectativas.

Por: Inforpress