Primeiro-ministro anuncia que a TACV “está a analisar” a retoma de voos para São Vicente

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O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, anunciou ontem, no Parlamento, que a TACV “está a analisar” a retoma de voos S. Vicente/Lisboa, na perspectiva de encontrar “soluções sustentáveis”.

“Aquilo que é a solução comercial e financeira sustentável para as linhas serão definidas pela própria companhia”, precisou o chefe do Governo, acrescentando que é neste sentido que os voos Praia/Lisboa foram retomados, numa perspectiva de sustentabilidade e sem “pressão política” sobre a empresa TACV.

Segundo ele, o Governo “não deu nenhuma instrução” à TACV para retomar os voos a partir da capital cabo-verdiana com destino a Lisboa, pelo que também “não dará” indicações em relação a S. Vicente/Lisboa.

Ulisses Correia e Silva fez estas declarações durante o debate mensal no Parlamento, para responder as interpelações dos deputados do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV-oposição) sobre a necessidade de a transportadora nacional retomar os voos  directos a partir do Mindelo para Lisboa.

Ao abrigo do novo Regimento, que recentemente entrou em vigor, o primeiro-ministro é obrigado a comparecer mensalmente ao Parlamento para debater com os deputados assuntos relativos à vida do país. Para a inaugurar esta nova era na Assembleia Nacional, os deputados do Movimento para a Democracia (MpD-poder) escolheram o tema “Desenvolvimento Local e Regional”.

Para o deputado da oposição, Manuel Inocêncio Sousa, a suspensão dos voos directos S. Vicente/Lisboa, teve e continua a ter “impactos negativos” nas indústrias na ilha do “Monte Cara” (S. Vicente).

A questão da Binter-CV, nova companhia aérea nacional, veio de novo à liça das discussões no Parlamento, com o actual líder da bancada do PAICV, Rui Semedo, a dizer, em jeito de ironia, que o primeiro-ministro prestou hoje um “grande serviço” ao país ao revelar que não há nenhum contrato com aquela transportadora aérea.

Em reposta, Ulisses Correia e Silva afirmou que existe um “memorando de entendimento” com a Binter-CV, o que, nas suas palavras, “não tem vínculo contratual”.

Assim, sublinhou Rui Semedo, “se compreende onde está o segredo de tanta força da Binter” que, segundo ele, até “quer impor a regulação ao país e ao Governo”.

Por: Inforpress