O primeiro-ministro mostrou-se nesta terça-feira preocupado com os casos de crianças desaparecidas na Cidade da Praia e pede ajuda da população para os solucionar, garantindo que o executivo vai dar um “forte” combate ao fenómeno.
Ulisses Correia e Silva reagiu assim ,em declarações à imprensa, à margem da conferência “Governança Corporativa”, promovida pelo Ministério das Finanças, em parceria com a Escola de Negócios e Governação (ENG) da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), quando instado sobre o desaparecimento de mais duas crianças na capital do país este fim-de-semana.
“Estamos preocupados, assim como a sociedade. Trata-se de fenómenos que aparecem de uma forma recorrente, pelo menos nas últimas notícias, e estamos empenhados em dar forte combate, quer a nível das entidades judiciárias, neste caso, a Polícia Judiciária”, mas também é preciso que, havendo informações, que as pessoas colaborem”, afirmou.
Segundo Ulisses Correia e Silva, a população deve fazer chegar à Polícia Judiciária (PJ) qualquer informação que permita depois a procura destas crianças desaparecidas, o que passa, ainda, pelo “reforço” da polícia de investigação e o “reforço” na educação para a segurança.
“Estou ciente de que há de se descobrir exactamente o que aconteceu e se houver justificação para penalizar aqueles que praticam este tipo de acto, deverá ser feita a justiça”, disse, acrescentando que não pode especular sobre a existência de uma “máfia” a actuar em Cabo Verde, mas que é preciso recuperar as crianças e depois agir no sentido de penalizar os que praticaram o crime.
O primeiro-ministro está ciente de que é preciso melhorar “toda a eficiência” do sistema policial e judicial nacional, assim como a educação para a segurança para que as pessoas estejam informadas que é preciso proteger e que a família também proteja e fazer com que a informação possa circular.
Os primos Clarisse Mendes (Nina) de 9 anos e Sandro Mendes (Filú) de 11 anos, residentes no bairro de Castelão, estão desaparecidas desde sábado, 03, por volta das 17:00, quando saíram de casa da avó para ir comprar açúcar, em Achada Limpo, na Cidade da Praia, e não regressaram.
Com estas duas crianças, elevam-se para cinco o número de pessoas desaparecidas na Cidade da Praia nos últimos meses, já que em Novembro de 2017, Edvânia Gonçalves, de 10 anos, residente em Eugénio Lima, também desapareceu e até agora não foi encontrada.
O primeiro caso aconteceu em Agosto de 2017, com Edine Jandira Robalo Lopes Soares, 19 anos, que deixou a casa em Achada Grande Frente, alegando levar o bebé para o controle no Programa Materno-Infantil (PMI), na Fazenda, sendo que até hoje, a mãe e filho continuam desaparecidos.
Por: Inforpress