O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, reconheceu hoje que há jovens a saírem do país à procura de melhores oportunidades, mas recusou a ideia de uma emigração massiva e pediu estudos sobre o fenómeno.
Na sua intervenção inicial sobre o estado da Nação, no parlamento, o chefe do Governo começou por dizer que há uma diferença entre a constatação de um fenómeno e a sua amplificação e dramatização e quem faz a afirmação categórica de que há uma emigração em massa de jovens, saída massiva de quadros e jovens bem formados, deve estar em condições de apresentar os números.
“Quantos são? Disponibilizem a esta assembleia, neste debate, o número de vistos de trabalho concedidos a jovens quadros, licenciados, doutorados ou com certificados de formação profissional. E não misturem os dados com os vistos de turismo e de estudantes”, pediu.
No debate que encerra o ano parlamentar em Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva disse que há, sim, jovens à procura de oportunidades fora do país, mas que se trata de um fenómeno que existe em Portugal relativamente à Inglaterra, no Brasil em relação a Portugal e em outras partes do mundo.
“Mas esta constatação não legitima a afirmação de emigração massiva de jovens quadros. Desafio mais uma vez o PAICV [Partido Africano da Independência de Cabo Verde — oposição] a apresentar dados. Há jovens que partem. Há muitos mais que ficam e querem ser felizes em Cabo Verde”, salientou.
Na sua intervenção, o primeiro-ministro disse que o Governo tem trabalhado para que os jovens permanecem no país, prometendo continuar a investir em políticas ativas de emprego através da formação profissional, estágios profissionais e do empreendedorismo.
“Existe confiança na economia e boas indicações da retoma do ritmo de crescimento económico”, mostrou, prometendo reforçar o ecossistema de financiamento, dinamizar o mercado financeiro e de capitais, atrair mais investimento direto estrangeiro e investimentos da diáspora e “dar um novo impulso” na melhoria do ambiente de negócios e na transformação digital.
“Investir em novas oportunidades criadas pela economia digital como estamos a fazer com os parques tecnológicos e facilidades para ‘startups’ jovens. Investir na desconcentração da oferta do ensino superior de acordo com a vocação das ilhas”, concluiu Correia e Silva.
Por: Lusa