Quatro meses depois do desaparecimento da menina de dez anos do bairro de Eugénio Lima, Edvânea Gonçalves, as autoridades nacionais ainda não conseguiram esclarecer este misterioso caso, nem o de mais três crianças e uma adulta.
“Depois de quatro meses, ainda não temos nenhuma notícia sobre o desaparecimento da nossa filha”, lamenta o pai da Edvânea, Vladmir Gonçalves, que, em declarações à Inforpress, acalenta a esperança de ver a filha de volta ao seio da família.
Segundo ele, as únicas informações que têm são as de “sempre”, ou seja, as autoridades lhes têm dito que se encontram no terreno a investigar.
“Temos fé em Deus e continuamos com a esperança de encontrarmos a nossa filha”, afirmou Vladmir Gonçalves, um fuzileiro naval do exército cabo-verdiano.
A família, disse ele, pensou em organizar ontem uma passeata pelas principais artérias de Cidade da Praia, em colaboração com os pais e parentes de outras crianças desaparecidas, mas tal “não foi possível, porque exigiria organização e disponibilidade das pessoas”.
Falando à Inforpress, este pai, de forma muito comovida, reiterou o apelo no sentido de os raptores da sua filha a deixarem regressar ao aconchego da sua casa.
“Essas pessoas (raptores) deviam analisar e ver que aquelas crianças não mereciam estar a passar por esta situação”, indicou Vladmir Gonçalves, referindo-se também aos três menores que continuam desaparecidos.
Referindo-se concretamente à sua filha, adiantou que não pretende saber sobre quem ainda a mantém retida, mas sim o que lhe interessa é ver Edvânea de volta ao seio da família, assim como de outros meninos desaparecidos.
Perguntado sobre o apelo do Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, que instigou as autoridades a pedirem apoio internacional, caso se justifique, Vladmir Gonçalves acha que, apesar de um pouco tarde, foi “oportuno” porque se chegou à conclusão da necessidade do apoio da países amigos para se desvendar estes mistérios.
“Foi necessário que acontecesse mais um caso, envolvendo mais duas crianças, para o senhor Presidente se pronunciar”, queixa-se o pai da Edvânea que, no entanto, se mostra convencido que, com o posicionamento do Chefe de Estado, o problema das pessoas desaparecidas será esclarecido o mais rapidamente possível.
Num curto espaço de tempo, contabilizaram-se cinco pessoas desaparecidas, cujo paradeiro ainda continua desconhecido.
A 28 de Agosto, Edine Jandira Robalo Lopes Soares, 19 anos, deixou a casa alegando que ia levar o bebé para o controlo no PMI (Programa Materno-Infantil), na Fazenda, Praia. Mãe e filho continuam desaparecidos.
A 14 de Novembro , Edvânea saiu de casa para fazer um recado da mãe, a menos de 100 metros da residência, e até agora não foi vista. Todos estes casos aconteceram em 2017.
O último caso de desaparecimento aconteceu no passado dia 03 de Fevereiro. Clarisse Mendes (Nina), de 9 anos, e Sandro Mendes (Filú), de 11, saíram de casa por volta das 17:00, em Achada Limpa, para comprarem açúcar, em Água Funda, na Cidade da Praia, e não regressaram.
Por: Inforpress