As Reservas Internacionais Líquidas (RIL) cabo-verdianas, necessárias para garantir as importações, cresceram para 72.230 milhões de escudos (656 milhões de euros) até abril, segundo dados do banco central.

De acordo com o relatório de política monetária de abril do Banco de Cabo Verde (BCV), consultado hoje pela Lusa, este desempenho assegurava no mês passado 5,7 meses de importações e compara com as reservas de 71.439 milhões de escudos (649,2 milhões de euros) que em outubro de 2022 garantiam 6,3 meses de importações, aquando do relatório anterior.

O banco central estima ainda que as RIL de Cabo Verde atinjam os 76.241 milhões de escudos (692,8 milhões de euros) em abril de 2024 — suficiente para 5,4 meses de importações -, o que representaria um crescimento de 5,8% no espaço de um ano.

As Reservas Internacionais Líquidas cabo-verdianas já tinham crescido em 5,1% em 2022, face ao ano anterior, de acordo com dados do banco central. Essas reservas — em moeda estrangeira, necessárias para pagar bens e serviços ao exterior –, passaram de quase 65.230 milhões de escudos (584,5 milhões de euros) em 2021 para mais de 68.994 milhões de escudos (618,4 milhões de euros) no final do ano seguinte.

De acordo com informação anterior do banco central, este volume de reservas foi então “considerado um nível confortável”, tendo em conta que a instituição considera como um “nível adequado de reservas” pelo menos o equivalente a cinco meses de importações de bens e serviços.

No relatório de política monetária de abril, o BCV refere ainda que “o país acumulou no final do ano [2022], em ativos de reserva, cerca de 24 milhões de euros”, e 30,5 milhões de euros em RIL, “permitindo cobrir seis meses das importações de bens e serviços”, face aos 7,5 meses em 2021.

Cabo Verde recupera de uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística – setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago – desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19. Em 2020, registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, seguindo-se um crescimento de 7% em 2021 e 17,7% em 2022, impulsionado pela retoma da procura turística.

Por: Lusa