Sal e da Boa Vista com maiores taxas de abandono escolar no ensino secundário

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As ilhas da Boa Vista e do Sal são as regiões que apresentaram no ano lectivo 2017/18 maiores taxas de abandono escolar no Ensino Secundário, com 14% e 7% respectivamente.

Os dados foram apresentados hoje durante a reunião do Conselho do Ministério da Educação que decorre na Cidade da Praia, para apresentação e análise dos resultados do ano lectivo 2017/18 e perspectivar o ano 2018/19.

Na ilha da Boa Vista, o abandono escolar, segundo a delegada do Ministério da Educação, Lisandra Gabriel, aconteceu, sobretudo, no 12º ano de escolaridade, abrangendo alunas grávidas e alunos que já atingiram a maioridade e que decidiram suspender os estudos para trabalhar.

Contudo, a responsável realçou o facto dessa percentagem (14%) não representar um grande número de alunos, já que, conforme adiantou, a ilha não dispõe de uma grande população estudantil no terceiro ciclo do Secundário.

“Não temos muitos alunos no 12º ano. Então quando aparece a taxa 14% fica-se com a ideia que é um número elevado de alunos, mas isto deve-se ao facto de termos um número reduzido de alunos, a taxa parece um pouco elevada”, explicou.

Já na ilha do Sal os abandonos aconteceram, de forma particular no primeiro ciclo de Ensino Secundário, 7º e 8º anos de escolaridade, também com alunos cuja idade já está elevada.

“São alunos com histórico de repetições e que por estarem já com alguma idade, a família decide retirá-los da escola para os colocar a trabalhar”, explicou a delegada, Márcia Brito.
Por isso mesmo, adiantou que o desafio é de trabalhar com as famílias e com as comunidades,  no sentido de permitirem que os alunos terminem pelos menos o 8º ano, que agora faz parte do Ensino Básico obrigatório, para depois puderem ser canalizados a formação técnica.

“A primeira grande estratégia é fazer uma ligação muito forte com a comunidade, com a família. Já temos identificados esse publico alvo, já temos tido alguma conversa acima disso e mostrar qual é a importância desses jovens estarem na escola, porque passar para o mundo laboral sem ter algum nível escolaridade acaba sempre por ter um custo social, na medida em que o rendimento será mais baixo”, disse.

Os resultados do ano lectivo ora findo foram apresentados concelho a concelho e agora estão a ser trabalhados para, no final da reunião do conselho, que termina esta quarta-feira , ser apresentada a síntese nacional.

Para já os dados preliminares apontam para uma taxa de aprovação acima dos 90%, sendo que o município de São Lourenço dos Órgãos a delegação com maior taxa de aproveitamento. Do extremo, isto é, com menor taxa de aprovação, está a ilha de São Vicente, que, segundo a delegada Marilena Andrade, apresentou uma taxa de aprovação de 70% no Secundário.

Por: Inforpress