Santo Antão já dispõe de um grupo de alerta e sinalização contra o assédio e a violação sexual nas escolas de iniciação desportiva (EID) nesta ilha, anunciaram hoje os promotores.

A iniciativa partiu de um grupo de pais e encarregados de educação, bem assim de alguns cidadãos, que se dizem preocupados com essa situação, com o propósito de combater o assédio e a violação sexual e eventuais casos de pedofilia nas EID em Santo Antão.

Um representante do grupo, que pediu anonimato, disse à Inforpress que o mesmo já efectuou dois encontros “à porta fechada”, sendo um em Março e outro em finais de Abril “para discutir os meios e formas de investigar casos suspeitos e rumores que circulam sobre eventuais casos de violação e assédio sexual em algumas EID.

“O grupo já efectuou dois encontros à porta fechada para discutir os meios e formas de investigar esses possíveis casos suspeitos e rumores que circulam de boca em boca e recolher informações sobre as possíveis ocorrências e fazer essas denúncias às entidades competentes”, avançou a mesma fonte.

Este grupo pretende encaminhar as denúncias ao Ministério Público, à Polícia Judiciária, à Polícia Nacional e ao Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA) “para averiguação da veracidade das informações”.

Este representante informou que o grupo já está, nesta altura, na posse de informações relativas a casos suspeitos que aconteçam “com incidência em zonas rurais”, dispondo, inclusive, de “depoimentos de meninas que dizem terem sido vítimas dessa prática enquanto eram menores de idade”.

“Em alguns desses casos relatados, as estratégias de aliciamento têm sido a promessa de viagens e outras vantagens desportivas”, explicou.

O grupo, avançou o porta-voz, apela aos pais e encarregados de educação para a “situação em que, por excesso de confiança, acabam deixando as suas filhas sob a responsabilidade de dirigentes desportivos, que aproveitam essas oportunidades durante viagens  em missão desportiva, sessões de treino ou passeios convívios”.

“Há um provável caso em que a possível vítima terá dado o alerta à mãe, mas em nada resultou porque a mãe achou que era mentira pois confiava demais no treinador”, denunciou o representante do grupo.

“Informações que, depois de serem investigadas de forma sigilosa e anônima, serão encaminhadas às autoridades para averiguação”, concluiu.

Por: Inforpress