São Tomé e Príncipe tem 45,86 pontos em 100, ligeiramente acima da média do continente africano (45,39), na primeira edição do Índice de Prestação de Serviços Públicos (PSDI, sigla inglesa), divulgado hoje pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
Em todas as cinco dimensões avaliadas, a prestação de serviços públicos em inclusão socioeconómica obteve a melhor classificação (55,7), seguida de energia e eletricidade (46,73), soberania alimentar (45,83), integração regional (45,25) e industrialização (37,57).
“A qualidade dos serviços, tal como avaliada pelas famílias, é moderada”, lê-se no documento, relativo a 2024.
O BAD chama a atenção para a “falta de tecnologia de processamento moderna, acesso limitado a terras aráveis e uma cadeia de valor frágil” como fatores que limitam o potencial do setor agrícola — aos quais se juntam “as restrições de capital humano, acesso deficiente ao crédito e alterações climáticas”.
A pobreza é elevada no país e o sistema de saúde é ainda considerado fraco, assinala o BAD no relatório, indicando que São Tomé e Príncipe “possui recursos hídricos abundantes, mas carece de infraestruturas adequadas e de um quadro político à altura para os aproveitar eficazmente”.
Entre os 53 países avaliados, São Tomé e Príncipe está em 26.º lugar na classificação liderada pelas ilhas Maurícias com 59,96 pontos, seguindo-se o Egipto (58,99) e a África do Sul (58,89).
O BAD apresentou o PSDI como “um recurso inovador que oferece informações valiosas para ajudar a impulsionar mudanças positivas na prestação de serviços públicos essenciais”.
“A urgência em abordar a prestação de serviços públicos em África é salientada pelo ritmo lento de melhoria da qualidade de vida dos africanos. No entanto, a qualidade dos serviços raramente é avaliada” e é essa “lacuna” que o novo índice pretende preencher, explicou a instituição.
Elaborado pelo Instituto Africano de Desenvolvimento — o ponto focal do grupo BAD para apoio ao desenvolvimento de capacidades institucionais nos seus países-membros regionais — em parceria com partes interessadas, o relatório pretende servir de “ponto de partida para discussões sobre como melhorar a transparência e a prestação de contas na prestação de serviços públicos. Será revisto e reformulado nos relatórios bienais subsequentes”, concluiu.
Por: Lusa