A Transportadora Aérea de Cabo Verde (TACV) vai reduzir cerca de 50% dos seus trabalhadores e tem uma estimativa de 14 milhões de dólares para os processos de indemnização, sendo certo que a Binter CV vai admitir 30 profissionais da TACV.
Esta informação foi revelada ontem, quinta-feira, pelo presidente do conselho de administração da TACV, José Luís Sá Nogueira, durante a sessão de audições da Comissão Especializada de Finanças e Orçamento, da Assembleia Nacional.
O responsável considerou que a saída da empresa dos voos domésticos permite ao Estado evitar um prejuízo de 500/600 mil contos anuais, com a agravante da “eminência da paralisação dos dois ATR” por causa da dívida acumulada junto dos proprietários.
Sá Nogueira avançou que Binter CV vai adquirir um terceiro avião, pelo que vai precisar de pilotos, agentes de escala, agentes de loja e mecânicos, de entre outros técnicos, para constituir a tripulação e reforçar o pessoal, mediante uma avaliação dos potenciais candidatos para serem absorvidas pela nova operadora.
Afirma que a sua administração participou em todo o processo que o Governo vem fazendo nesta reestruturação dos TACV, sublinhou que o acordo com a Binter CV já foi assinado e que se trata de um recurso para prevalecer como uma “via correcta”, estando a companhia obrigada a garantir a cobertura de todo o país, aonde houver aeroportos, quer sejam ou não linhas rentáveis.
Diz aprovar a saída dos TACV do mercado doméstico, por considerar que a transportadora aérea cabo-verdiana tem custos operacionais elevadíssimos e que apesar de uma ocupação de 75 por cento é insustentável.
Alega que foi deixado “um grande fosso” em prejuízos, acrescidos com dificuldades de poder investir, porquanto não tinha capacidade financeira para sequer cobrir os seus gastos de operação, quando a TACV, especifica, tinha, há muito, identificado 150 trabalhadores em excesso.
“Não fazia sentido de continuar a manter os prejuízos de 500 ou 600 mil contos por ano e vir fazer investimento para garantir aviões e continuar uma operação com uma nova estrutura”, explicou o administrador da TACV, acrescentando que “não há mercados que aguenta dois operadores aéreos” quando “só a TACV transporta por ano cerca de 350 mil passageiros com dois aviões”.
Acredita que até final do mês em curso o Governo deverá anunciar o parceiro estratégico internacional e que a sua equipa está a trabalhar com uma empresa especializada na reestruturação da dívida, já que a empresa quer negociar o seu passivo actual avaliado em 93 milhões de euros (cerca de 9,3 milhões de contos) contra os 12,3 aquando da sua entrada.
Fonte: Inforpress