Início Cabo Verde Desporto Victor Osório: “Foi um ano desafiante, mas positivo em todos os aspectos”
Victor Osório: “Foi um ano desafiante, mas positivo em todos os aspectos”
No passado dia 11 de Abril completou um ano do mandato da nova direcção da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF) comandada por Victor Osório.
Para Osório, foi um ano exigente e gratificante em todos os aspectos. O presidente da FCF, Victor Osório aceitou dar uma entrevista em exclusivo ao DTudo1Pouco para falar sobre o primeiro ano de mandato a frente da FCF.
DTudo1Pouco: Quando entrou na FCF o que encontrou e o que ficou surpreendido (pela negativa e positiva)?
Victor Osorio: A nossa gestão assenta em princípios éticos e morais, tendo a nova direcção apostado na organização administrativa interna e dado particular atenção aos procedimentos contabilísticos e financeiros, à formação e capacitação de recursos humanos e à nova relação com os nossos parceiros. O paradigma de gestão da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF) está hoje assente num organograma, em que cada um tem as suas tarefas horizontais e verticais bem definidas e delimitadas.
Não existe centralismo na pessoa do Presidente e os restantes membros da direcção actuam em conformidade com suas competências imanentes dos respectivos pelouros. A FCF funciona no seu todo, numa lógica de equipa, com objectivo comum: elevar o desporto-rei para patamares superiores em prol do desenvolvimento do País.
Essa forma de trabalhar eliminou as informalidades e vem eliminando os oportunismos, a bem do bom nome e da imagem da FCF. Isto é um ganho, pois as pessoas tendem agora a ver a FCF como uma instituição a par das demais que representam o Pais, dentro e fora. Por isso, como compreenderá, a nova direcção da FCF, pelas responsabilidades que tem, não pode tratar as questões inerentes à sua vida, com base na emoção e conhecimentos pessoais, mas sim no rigor e transparência.
DTudo1Pouco: Qual o balanço que faz depois deste 1.º aniversário?
Victor Osório: Foi um ano desafiante, de muito trabalho, mas em que lançamos as bases para uma federação organizada. Por isso, consideramos que foi um ano positivo. A todos os níveis. A nível desportivo, atingimos o 1º lugar africano no ranking da FIFA. No futebol, na arbitragem e na organização, consideramos que tivemos bons resultados. A nível organizacional estamos a cumprir os estatutos, já aprovamos a criação do Tribunal Arbitral do Futebol – TAF e entramos agora na fase da sua instalação.
O reforço das associações regionais é outro ganho, em que registamos a circulação permanente de informações, quer da vida interna da FCF, quer da CAF e da FIFA.
Estamos a preparar as assinaturas de parcerias com a diáspora nos vários domínios de futebol. E quanto aos patrocinadores, temos novos e estamos a alargar as bases de patrocínios.
Uma novidade para já, tem que ver com a abertura, para breve, da nossa loja virtual, dirigido às pessoas que estão fora de Santiago, de modo a que possam aceder aos produtos da FCF.
DTudo1Pouco: Passado um ano, o senhor respira fundo e o que lhe vem à cabeça?
Victor Osório: Está a valer a pena! Vamos conseguir as metas para este segundo ano, talvez o mais exigente de todos: temos o desafio de qualificação para o CAN 2017 e entrar a ganhar na fase de grupos para a qualificação do Mundial 2018.
DTudo1Pouco: As metas que tinham para o 1.º ano foram atingidas?
Victor Osório: Foram todas atingidas. É que nós trabalhamos com um plano de actividades, que se baseia no nosso plano estratégico, sufragado nas eleições do ano passado. Sabemos o caminho e temos a cronologia das etapas a cumprir.
DTudo1Pouco: O que está por fazer?
Victor Osório: Neste primeiro ano, o modelo do campeonato nacional que apresentamos em assembleia geral às associações regionais está em fase de estudos, a pedido das Associações Regionais de Futebol (ARF), que quer aprofundar o mesmo com os clubes nas respectivas regiões. A versão zero dos regulamentos da FCF, já está elaborada, e vai ser agora facultada às ARF, aos clubes e à sociedade civil para discussão e depois submetida à Assembleia Geral da FCF.
Com as associações regionais, o nosso objectivo é agora dotá-las de condições para terem um secretariado permanente nas suas sedes. São estes, para já, os grandes desafios que almejamos alcançar, dentro de pouco tempo.
DTudo1Pouco: Sente que o senhor e a sua Direcção são pouco valorizados?
Victor Osório: Nem por isso. Nós trabalhamos para que o nosso futebol seja valorizado e suba o nível competitivo e organizativo. As incompreensões e críticas, quando construtivas, têm servido para (re) vermos o que estamos a fazer. Há a outra dimensão das críticas, as maldosas que tentem atingir a nossa equipa, talvez com o propósito de descredibilizar-nos. Mas essa estratégia malévola não nos atinge, porque sabemos o que queremos e que caminho a percorrer para alcançar os nossos desideratos.
Por isso, a FCF enquanto entidade gestora de políticas públicas do desporto-rei em Cabo Verde é uma entidade que merece toda a abnegação, rigor e respeito pelos princípios éticos, na gestão e organização deste grande património nacional que é o Futebol.





