Vinte pessoas chegaram da China mas a Constituição cabo-verdiana não permite internamentos compulsivos

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O director nacional da Saúde disse hoje que já chegaram ao país cerca de 20 pessoas provenientes da China, país que, neste momento, enfrenta o surto do coronavírus, mas que a Constituição não permite internamentos compulsivos.

“Em relação à quarentena, a primeira coisa que eu queria dizer é que, legalmente, em termos constitucionais não é permitido, a não ser que haja motivos concretos e os Tribunais podem ser accionados para isso”, explicou Artur Correia.

Aquele responsável deu essas explicações aos jornalistas, na cidade da Praia, à margem de uma mesa redonda sob o lema “Cancro seus factores de Risco e Prevenção”, promovida pelo Instituto Nacional da Saúde Pública, no quadro da celebração do Dia Mundial de Luta contra Cancro, com o objectivo de promover uma reflexão sobre esta doença que é considerado um problema de saúde pública.

Conforme observou, ainda não se registou situações que impliquem accionar os tribunais para obrigar as pessoas a ficarem em quarentena.

“A nível dos aeroportos internacionais já montamos um sistema de vigilância em que todas as pessoas provenientes da China são recebidas por profissionais da saúde, respondem questionários, são analisados e avaliados a situação sintomatológica em termos clínicos e epidemiológico e com a possibilidade de triagem de eventuais casos suspeitos”, sintetizou.

O responsável da saúde garantiu que as pessoas que chegaram ao País até a manhã de hoje passaram por triagens e não apresentam sintomas do coronavírus.

Entretanto, explicou que foram aconselhadas a fazer uma quarentena voluntária, adoptando medidas protectoras como a restrição social para poderem contribuir para a prevenção da entrada do coronavírus no país.

“Gostaria de apelar às pessoas e às famílias porque têm responsabilidade fundamental de contribuir para a não entrada do vírus”, afirmou, invocando responsabilidades para respeitar os aconselhamentos.

O mesmo aconselhou que as pessoas provenientes da China devem usar máscaras a nível domiciliar e utilizar talher específico durante os 14 dias depois da saída da China.

Artur Correia assegurou que além desse controlo as autoridades sanitárias estão em constante contacto com as pessoas provenientes da China para saber diariamente qual é a situação.

Para reforçar o controlo, acrescentou, foi criado um número de telefone através da protecção civil, com médicos por detrás a fim de dar aconselhamentos caso for necessário.

Segundo avança a imprensa internacional citando autoridades de Pequim, o número de mortos provocados pelo novo coronavírus subiu hoje para 426, com 64 mortes na China registadas nas últimas 24 horas.

O número total de pessoas infectadas com o novo coronavírus detectado em Dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena, aumentou para 20.438.

Por: Inforpress