Cabo Verde transportou mais passageiros entre ilhas nos meses de março e abril deste ano, com a companhia aérea estatal, do que no mesmo período de 2023, com o serviço concessionado, anunciou hoje o Governo.

“Feito o balanço dos meses de março e abril, apura-se o transporte de mais de 40 mil passageiros nos voos internos, com uma média de 78 voos semanais, números que ultrapassam a performance do período homólogo do ano passado”, afirmou Carlos Santos, no parlamento, no primeiro dia da sessão parlamentar de maio que decorre até sexta-feira.

 

O ministro recordou que, com o fim de atividades da companhia angolana Bestfly, que tinha a concessão da Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV) desde 2021, o Governo “assumiu as suas responsabilidades e fez intervir a Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) temporariamente na operação doméstica impedindo qualquer disrupção”.

Os números foram divulgados num contexto de críticas da oposição sobre a situação dos transportes interilhas.

Démis Almeida, deputado do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), referiu que a situação dos transportes aéreos interilhas “continua a ser de caos” devido a cancelamentos e reprogramação de voos e pediu as contas da intervenção da TACV no mercado doméstico.

João Santos Luís, presidente da União Cabo-verdiana Independente Democrática (UCID, terceiro partido parlamentar), considerou que as ligações aéreas continuam “sem norte”, travando o desenvolvimento do turismo.

O Governo já reconheceu que continua a haver instabilidade nas ligações interilhas por falta de aviões — a TACV alugou duas aeronaves e é obrigada a fazer cancelamentos e reprogramações sempre que uma avaria ou tem manutenção — e o primeiro-ministro prometeu resolver o problema até final do ano.

Ulisses Correia e Silva anunciou na última semana a constituição de uma nova companhia aérea, 100% estatal, dedicada só aos voos domésticos, com mais aviões, adaptados a cada ilha.

Por: Lusa